Do livro “ENCÍCLICA DOS HOMENS (Encyclicae Hominum)” - 2019
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12. Sentir a solidão é algo impróprio
para menores de idade. Só adolescentes e adultos podem sentir esse desamparo,
vindo dos planaltos/planícies às salinidades oceânicas.
13. O interessante é: aqueles que amam
não sentem a solidão. Estão imiscuídos na solidão, e não contam os dias em que
estarão sós, eternamente, debaixo da terra.
14. A morte nasceu no homem ao primeiro sopro da vida. Tanto que
ele a reconhece nos marcos do seu tempo. E finge não vê-la...
15. Os homens inventam a solidão e embalam a solidão,
amparados na intensidade da paixão.
16. Os maiores de cinquenta anos já vivem a cultivar o
temor da morte nas suas andanças pelas ruas. Morrem todos os dias, esquecendo
que a morte está enraizada em suas vidas.
17. Suores deslizam velozes e
brilham na carne enrugada e a sede pede mais água como sexo pede mais amor,
como amor traz mais suores e aumenta o perfil da paixão. Aquele a zombar dos
meus passos na terra não tem razão para ter espaço na terra. Ele zomba é de si
mesmo. Aquele a chorar dos meus risos na terra não tem lágrimas para chorar por
nada além dele mesmo. Que plano ridículo esse de criar deuses na terra e dentro
dos cérebros humanos!
18. Minha escritura é nivelada
nos neurônios criadores das palavras a trazer imagens e sonhos. As ideias dessa
escritura giram em tramas labirínticas tecidas em organizada mandala de minhas
experiências neste planeta.
19. Organizo versos cantando
letra a letra, sem temor ou medo, parágrafos em versículos, criando novos
ritmos e novas músicas.
20. Daí o beijo na boca a nos
fazer vizinhos das estrelas e como um amparo contra a solidão.
21.
Meu vinho é sangue. Meu vinho é amargo como os meus dias. Meu vinho é noturno
como os desejos sexuais.
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