quarta-feira, 29 de novembro de 2023

SOBRE O ESCRITOR, JORNALISTA E POETA RAFAEL ROCHA

 

O jornalista, escritor e poeta Rafael Rocha Neto ou Rafael Rocha é brasileiro de Pernambuco. Nasceu em Olinda/PE em 1º de Outubro de 1949, mas foi registrado na cidade do Recife/PE. Lançou seu primeiro livro “Meio a Meio” (poesias) em 1979. Em 1986, foi agraciado com Menção Honrosa pela Academia de Letras e Artes de Araguari (Minas Gerais) pelo conto “Grãos de Terra Sobre”. Em 1989, cinco contos de sua autoria foram premiados pela Fundação de Cultura do Estado de Pernambuco (Fundarpe) e lançados numa antologia intitulada “Novos Ficcionistas Pernambucanos”.

Também em 1989 foi agraciado pela Academia Pernambucana de Letras (APL) com o prêmio Leda Carvalho, pelo seu livro de contos “O Espelho da Alma Janela”. Em 2011 foi novamente laureado pela Academia Pernambucana de Letras (APL), dessa vez com Menção Honrosa, prêmio Vânia Souto Carvalho, pelo seu romance “Olhos Abertos para a Morte”.

Em 2020 foi agraciado com Menção Honrosa pela Academia de Letras, Ciência e Artes de Ponte Nova (MG) – ALEPON – no Concurso Literário Prêmio Professor Mário Clímaco, por seu poema “Tempos Sombrios”. Em 2022, ganhou o 3º lugar no XX Concurso Fritz Teixeira de Salles de Poesia, categoria Adulto, da Fundação Cultural Pascoal Andreta, Monte Sião (MG), com seu poema Noite de Bar.

O autor é filho de Irene de Almeida Rocha e Ivanildo Lins Rocha, já falecidos. Casado com Mailde Gomes da Silva Rocha, com quem tem dois filhos Rodrigo Gomes da Silva Rocha e Rafael Gomes da Silva Rocha. Como jornalista exerceu funções de repórter, copidesque, revisor, redator e analista de comunicação no Jornal do Commercio (Recife-1979), Editora Comunicarte (1981), Diario de Pernambuco (1989-2014) e Companhia Editora de Pernambuco – CEPE (2008-2013).

 

31 LIVROS PUBLICADOS

 

Meio a Meio (poesias); A Última Dama da Noite (romance); O Espelho da Alma Janela (contos); Marcos do Tempo (poesias); Olhos Abertos para a Morte (romance); Poetas da Idade Urbana (poesias em parceria com os poetas Genésio Linhares e Valdeci Ferraz); Felizes na Dor – Tributo ao poeta Charles Bukowski (poesias); Contos Delirantes com Versos em  Bolero (contos e poemas); Abismo das Máscaras (poesias); Poemas dos Anos de Chumbo (poesias); Loucura (poesias); Andanças (romance); Farol (poesias); Encíclica dos Homens Encyclicae Hominum (poesias); Tudo Pode Ser Amor (poesias); Cantares (poema); História sem Fim (romance); Poemas dos Tempos Sombrios (poesias); As Flores de Tomires (novela); A Fecundação de Aryelle e outros Contos (contos); Noturnos (poesias); Ômega & Alfa (poema); Bailado (poema); O Homem na Pedra (romance); Tique-Taques (poesia); Os Quatro Elementos (poesia); Elefantes Brancos Matam Mariposas (contos); Sensações de Inverno (poesia); Viver Olinda e Outros Detalhes (poesias); A Última Dama da Noite – 2ª Edição (romance); Meio a Meio – 2ª Edição (poesias)

FÊMEA - Rafael Rocha

 

    A mulher possui múltiplas sementes

    prontas para semear o chão do mundo.

    Imã a desequilibrar o polo magnético

    e equilibrar dentro das medidas incertas

    todos os pesos das balanças.

    Tem dentro dela o fogo, a terra, o ar e a água

    sendo filha da noite, das estrelas,

    das manhãs e das tardes claras.

 

    Mas...

 

É intrincada expressão algébrica

nunca solucionada pelos einsteins da vida.

Reflete a alma em espelhos escuros.

Nos nevoeiros e na poeira das estradas.

É a musa dramática dos poetas românticos.

A chama da guerra aos soldados no front.

É a morte à espreita em alguma esquina.

É a rotina bêbada de qualquer bukowski.


Sendo assim...

Atrai!


Sendo assim...

Seduz!


A VOLTA DOS RINOCERONTES - Rafael Rocha

 

Flores cinzentas em jardins suspensos

matam o desejo sexual dos homens.

O odor dessas flores é de enxofre

quando mulheres catalogam orgasmos

e deixam de expandir os gritos

nos lençóis das camas e travesseiros.

 

Viver está se tornando uma farsa...

 

Os rinocerontes voltam às ruas,

atropelando sem piedade os pensadores.

Os caminhos até as mulheres amadas

são fechados com cercas de ferro.

Os caminhos até as águas límpidas

são vigiados por capitães-do-mato.

 

Morrer é mais fácil do que antes...

 

Os poetas e os idealistas e os sonhadores

esperam flores coloridas nascendo livres

como novas crianças nos jardins suspensos.

A Terra-Mãe está repleta de angústias.

Os vulcões entrando em erupção.

E os rinocerontes marchando pelas ruas.

 

Permanecer humano passou a ser estranho!


LANÇAMENTO ESPECIAL DE FIM DE ANO

 

MEIO A MEIO, livro do poeta RAFAEL ROCHA, em
sua Segunda Edição, está saindo hoje da gráfica
para alegria dos leitores. Quem fez reserva antecipada
receberá o exemplar com prioridade máxima.

SANGRAMENTO DA SOLIDÃO - Rafael Rocha

 

É a verdade da solidão a doer no peito

escrevendo o verso sangrento

de fora para o interior.

É a verdade do desamor mais inquieto

querendo ser verdade áspera

de dentro para fora de mim.


Escrevo a dor da solidão atormentada.

Ainda esperando não ser preciso tê-la.

Mas a dor vem. Vem e vai. E vem

de fora para dentro

como sendo dona de meus caminhos.


Paro para olhar o cotidiano da sala

e vejo a solidão no olhar parado da mulher

sem cor e sem paixão a ver TV.

Paro para ler o jornal da manhã

e vejo a mulher sendo escrava do tempo.


Ah, nada mais tenho a perder...

A solidão tem tintas vermelhas de sangue.

Ela é uma dor a bater no ir e vir.

Se eu gritar áspero e traiçoeiro

o olhar do mundo ao redor pedirá silêncio:

- Fale baixo para ninguém reclamar!


Que ninguém! Que merda! Que nada!

É a realidade da solidão a habitar em mim!

E mesmo esperando não ser preciso

escrever e declamá-la

ela tornou-se dona de meus caminhos

de fora para dentro.

DOR DA TERRA - Rafael Rocha

 

Minha dor é a dor da terra!

Recordação do tempo insano

de quando coturnos pisavam as ruas

e baionetas ensanguentadas

mergulhavam nos corpos dos audazes.

Ah, tempos para não esquecer!...

Hoje o jovem da terra perde a memória

e volta a crer na mentira do orgasmo

nascido das estrelas assassinas

pousadas em ombros verdes olivas.

 

Meus cabelos brancos conhecem

a ira da cobiça antiga.

Sabem das crianças assassinadas!

Das mulheres violentadas!

Dos heróis nos paus-de-arara!

Hoje os jovens cortejam a astúcia

dos que ainda pretendem o trono.

Cantam loas e hinos de traição,

crendo na sensualidade canibal

dos forjadores da mentira.

 

Sim, na minha terra os imbecis

querem massacrar o lume da vitória,

cortar as asas dos pássaros

e silenciar o brado retumbante

a viver em seu intenso verde amarelo.

Minha dor é a dor da terra

sendo estuprada/violentada!

A casa grande acende suas luzes

e nas senzalas o homem livre

acorrenta-se outra vez.


NOITE DE BAR - Rafael Rocha

 

- do livro "MARCOS DO TEMPO": poema agraciado com o 3° lugar
no XX Concurso Literário Fritz Teixeira de Salles, de poesia, ano 2022, 
da Fundação Cultural Pascoal Andreta, Monte Sião (MG)
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Noite vazia em vertigem tão calada.
Mesa de bar sem um só companheiro. 
Faço o soneto da tristeza descarada
sob um gole de cerveja derradeiro.

Diz o garçom: - Esta vida é um nada!
Sem bebida, sem mulher, sem dinheiro!
E as cinzas da solidão descontrolada
fazem o cigarro apagar-se no cinzeiro!

Meia-noite! Quero beber sofregamente!
Quero escrever o verso condizente
com a dor desta maciça solidão!

E o dia nasce! E o bar fecha a porta!
O sol escala o céu e a noite morta
marca encontro com o sono lá no chão!