Conto
inserido no livro “O Espelho da Alma Janela” (2009) agraciado pela Academia
Pernambucana de Letras (APL) em 1988, com o Prêmio Leda Carvalho.
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– Esta cidade é ímpia! Pecadora! Não se
pode nem criar um animalzinho dentro de casa!
– Por favor, dona Magda! Fique calma!
– Jamais! Jamais! O senhor tem que tomar
uma atitude!
– Mas eu não sei onde se encontra seu gato,
dona Magda!
– Se o senhor que é delegado não sabe das
coisas nesta droga de cidade... Não sabe nem como achar um gato?... Meu Deus! Onde
iremos parar?
– Sou um delegado de polícia, dona Magda.
Investigo crimes e não o paradeiro de gatos de estimação.
– Pobre do Júlio César!
– O que é que tem Júlio César a ver com
isso, dona Magda?
– Júlio César é o nome dele... O nome do
meu gato, do meu gato. Numa hora dessas, ele deve estar morrendo de fome!
– Vou dar uma sugestão para a senhora. Quer
escutar?
– Diga...
– Providenciarei uma busca pela cidade.
Quer me dizer como é seu gato?
– Ele é lindo, macio, felpudo,
inteligente...
– Por favor, dona Magda, diga como é seu
gato. A cor, o tamanho, se ele atende pelo nome...
– Bem, ele é um siamês bem felpudo, cor
cinza e... Ele não atende a estranhos. Só atende a mim.
– Tudo bem, agora volte para casa. Fique
calma. Vou providenciar tudo para achar o bichano.
– Ele detesta ser chamado de bichano. Ele
não gosta de ser chamado de bichano.
–Tá certo, tá certo... Eu resolvo isso...
Qualquer coisa, eu comunico à senhora. Fique calma.
Dona
Magda saiu da delegacia de polícia de Caetés, agreste de Pernambuco, denotando
uma desesperança total. As lágrimas escorriam pelos seus olhos em cascata. Na
rua, resolveu tomar outra atitude mais drástica ainda. “Tudo por meu gato!
Júlio César merece! Pobre gatinho! Quanto sofrimento deve estar passando
agora!” Atravessou a avenida principal e se dirigiu à casa do juiz Valadares.
O
delegado Moisés chamou um dos subalternos à sua sala. Estava uma fera. Não
suportava a ideia de que tinha de procurar um simples gato, logo ele que odiava
gatos. Principalmente aquele gato de dona Magda. Lembrava dele bastante bem.
Ela desfilava com o bicho em tudo que era lugar. Até na missa matinal do
domingo levava o gato, motivando reclamações do padre Terêncio. Lembrava muito
bem o padre ter dito que dona Magda o procurara com o fim de batizar o gato.
– Já imaginou, doutor Moisés, batizar um
gato?
– O que o senhor disse a ela?
– Disse que apesar do animal também ter
sido criado por Deus, não é um ser humano igual a nós. Não tem alma, e Deus
criou os animais para nos fazer companhia e não para serem tratados como seres
humanos.
– E ela?
– Bom... Não gostou nem um pouco do que eu
falei, claro. Mas depois perguntou se podia trazer o gato para assistir à Santa
Missa.
– Essa não!
– Para o bem de todos e da minha igreja eu
concordei. Ela ajuda muito nossa congregação com donativos, dinheiro, o senhor
sabe, ajuda os pobres da cidade por meu intermédio...
– É, é, eu sei... Mas batizar um gato! Que
mulher!
– E mais uma coisa, doutor Moisés. Eu não
suporto aquele gato. Não suporto!
– Muito menos eu! Muito menos!
– Domingo passado estava a fazer o sermão e
lá vem o bichano com os miados. Eu olhava para a dona e ela acarinhando o gato.
E o danado não se calava. Era miau pra lá, miau pra cá. Meu bom Deus, quase que
eu perdia a paciência e soltava algum desaforo! No fim, todo mundo estava
rindo.
– Do sermão?
– Nada disso. Todo mundo ria porque o gato
não me deixava acabar o sermão de tanto miado. Fui obrigado a deixar de falar
sobre a crucificação de Cristo e caí em contradição, ordenando que dona Magda
levasse Judas para casa.
– Judas? Judas?
– Foi exatamente por isso que todo mundo
começou a rir na igreja. Troquei o nome de Júlio para Judas. E parece que caiu
bem.
– Ah, ah, ah... Essa foi boa, padre
Terêncio! Essa foi boa!
– Expiei meus pecados depois, porque
naquela hora eu queria ver aquele gato morto. Imagina!...
***
O investigador Cristóforo apresentou-se na
sala do doutor Moisés, crente que alguma coisa de muito grave tinha acontecido,
pois vira dona Magda sair chorando há poucos minutos. Ao entrar deparou-se com
o delegado a andar de um lado para o outro, enraivecido e a soltar impropérios.
– Pronto, senhor. Às ordens!
– Vou dar a você um trabalho muito
especial. É quase um trabalho de detetive. Você terá que mostrar suas
capacidades de investigador hoje. E quero resultados urgentes.
– Tudo bem, senhor. Estou pronto. O que
tenho de fazer?
– Como eu disse é um caso especial. Viu a
mulher que acabou de sair daqui?
– Claro! Parecia em estado de choque.
Chorava muito! Aconteceu algo grave com alguém da família dela?
– Imagina! Claro que aconteceu! Com o Júlio
César. Logo com o Júlio! Porra! Cacete!
– Calma, doutor. Estou aqui pra ajudar.
Calma.
– Espero que ajude
mesmo. Espero...
– Basta o senhor
fornecer mais detalhes.
– O danado do Júlio
César desapareceu e você vai ter de achá-lo, logo, logo...
– Acho que não vai ser
difícil... A cidade é pequena. Todo mundo se conhece. Pelo visto o tal Júlio
deve ter dado uma escapada por aí para se encontrar com os colegas, tomar umas
biritas...
– Porra nenhuma! O
Júlio não é disso, Cristóforo! Porra nenhuma! O Júlio César é o gato da madame,
puta merda!
– Mais fácil ainda se
for um gato. As madames hoje chamam todos os rapazinhos de gato... Epa... O que
é senhor disse?
– Tás surdo, imbecil?
Eu acabei de dizer que o Júlio César é o gato de dona Magda. Você vai ter de
encontrar o gato da madame. Consegue?
– Um gato? Um gato
mesmo?
– Exatamente, felpudo, lindo, cinza... E
não chame ele de bichano, pois ele não atende. E... Por favor, não chame de
nada mesmo, nem pelo nome. Ele não atende a estranhos. Mas ache esse gato, ache
esse gato de qualquer jeito, Cristóforo.
***
Cantídio
Valadares estava no terraço de sua casa, antegozando sua transferência para a
cidade do Recife a acontecer dentro de uma semana, quando dona Magda Mateus
entrou esbaforida pelo portão, chorando como uma criança. Saiu do seu torpor,
chamou a esposa e ambos deslizaram até o jardim para acudir a mulher. Dona
Magda fazia parte do círculo social de ambos, apesar das excentricidades. Uma
delas, o seu amor pelo gato, aquele gato siamês gordo, cinza e grande, pelo
qual Valadares e a mulher tinham ódio supremo. “Ela não está com o gato. Ainda
bem”, pensou o juiz, olhando de viés para a esposa Sílvia.
– Doutor
Valadares, doutor, ainda bem que o senhor está em casa! Ainda bem!
– O que houve,
dona Magda? O que está acontecendo?
– Uma tragédia,
doutor! Uma tragédia! Vim agora mesmo da delegacia.
– Vamos entrar,
vamos entrar. Sílvia traz um copo d’água para ela. Vamos se acalmar. Depois de
beber a água a senhora explica tudo.
O juiz Valadares
fez dona Magda sentar-se numa das inúmeras cadeiras do terraço. A esposa logo a
seguir retornou com um copo d’água sorvido vagarosamente pela mulher.
– Pronto, pode
falar agora? Desabafe, por favor. Que tragédia foi essa?
– O senhor nem
imagina. Foi o Júlio! O Júlio, doutor Valadares!
– O Júlio? Não
conheço! Parente seu?
– Mas o senhor
conhece tão bem o Júlio César!... Já vim com ele aqui tantas vezes...
– Para ser
sincero minha senhora...
– Vocês, homens
da lei, parecem ter memória curta... Júlio César é o meu gato, doutor
Valadares!
“Mais uma vez o
maldito gato”, pensou o juiz. A esposa Sílvia saiu de mansinho do terraço. “Lá
vem coisa”, imaginou. “Aqui não fico”.
– Ah, sim... O
Júlio. O bichano...
– Bichano não,
doutor! O meu Júlio... Ele não suporta ser chamado de bichano.
“Isso é pra
fazer o diabo apagar o fogo do inferno”, bradou o juiz em seu íntimo.
– Certo,
certo... O que aconteceu com o Julinho? O que aconteceu com ele, dona Magda?
– Desapareceu,
doutor. Acho que foi sequestrado! Acho que sequestraram o meu Júlio. O mundo de
hoje é tão ímpio! Tão violento!
– Concordo, dona
Magda! O mundo de hoje é violento mesmo. Mas o que faz a senhora pensar que sequestraram
o Júlio?
– Todo mundo
sabe como o Júlio é importante para mim. Todo mundo sabe.
– Vamos por
partes. Já falou com o Moisés?
– Vim de lá
agora mesmo. Mas, o senhor... Acho que o senhor tem mais capacidade para esse
trabalho. Aquele delegado...
– Hein?...
– Ele é tão
lerdo... E insiste em chamar o Júlio de bichano...
– Calma dona
Magda. Tudo vai dar certo. O Moisés vai colocar investigador na rua. Logo,
logo, o seu gato volta pra casa.
– Mas o senhor
vai ajudar, não vai?
– Claro! Claro!
E esqueça esse negócio de sequestro. Nunca aconteceu sequestro de gato no mundo
e não vai ser hoje que acontecerá. Ele deve é ter se perdido por aí.
– O senhor é
ótimo. O senhor me dá mais confiança. É muito bom ser sua amiga, doutor
Valadares.
– Vá para casa.
Fique tranquila. Vou entrar nesse assunto. Logo terá o seu gato de volta.
Dona Magda
retornou para casa mais aliviada. Cantídio Valadares ficou a olhar o vulto da
mulher até que ela dobrou uma das esquinas. Ao retornar para o terraço, a esposa
Sílvia estava a olhar para ele pronta para explodir numa gargalhada.
– Escutou essa,
Sílvia? Escutou?
– Ah, ah, ah…
Júlio César! Essa foi boa! Eu nem sabia que aquele gato se chamava Júlio César!
– E eu? E ela
dizendo que eu conhecia o Júlio bastante bem. Júlio César! E o sequestro...
Ora, porra!
– Olha a
linguagem, Cantídio. Você vai mesmo?
– Vou o quê?
– Procurar o
gato da madame? – ao perguntar isso Sílvia explodiu numa gargalhada e entrou em
casa correndo.
***
Cantídio
Valadares buscou calma nos recônditos do seu espírito. Um tanto alérgico a
pelos de animais, não suportava quando dona Magda o visitava em casa com o
gato. O pior era que ela deixava o animal solto e os pelos se espalhavam no
sofá, nas cadeiras do terraço...
– Por mim... Por
mim, melhor que ele esteja morto – bradou o juiz.
Resolveu fazer
uma visita ao delegado Moisés Vital.
– Tudo
resolvido. O Cristóforo é um cara de muitos meios. Um investigador especial.
– Ainda bem.
Acharam o gato?
– Não. Não
achamos. A história é outra. Mas descobrimos que ele era o último gato da
cidade.
– Como é isso?
Último gato?
– Exatamente,
Valadares. A cidade não tem mais gatos. O Júlio César era o último dos gatos de
Caetés.
– Olha a
brincadeira, Moisés. Olha a brincadeira!
– Vou explicar.
O Cristóforo é foda! Conhece todo mundo daqui e dos outros distritos,
principalmente a turma do Anjo.
– Hein? Turma do
Anjo?
– Isso! Alguns
rapazes que adoram gatos! Já tenho até os nomes deles. Maquiavel, Jerônimo,
Renildo, Tomás e o veterinário Betoca.
– Vá logo, que
eu não estou entendendo nada. Explica tudo.
– Cristóforo
investigou e descobriu que essa turma adora gato. Por isso nossa cidade não tem
mais nenhum gato. Todos eles desapareceram. Morreram. E o gato de dona Magda...
Coitado, já era.
– Continua. Eles
matam gato assim de brincadeira, é? Pra vender o couro?
– Nada disso! É
a birita! É a cachaça deles! É o tira-gosto deles. Acho que nesse exato
momento, o gato de dona Magda está no forno sendo assado e os rapazes esperando
o tira-gosto de gato no boteco do Evaldo. Quer ir comigo até lá confirmar?
– Essa foi boa!
Essa foi demais, Moisés! Tira-gosto de gato, hein? E não faz mal, não? Ao que
saiba... É muita coragem dessa turma... Daqui a pouco estarão fazendo churrasco
dos cachorros. Claro, vamos até o boteco. Quero conhecer esse pessoal. Vamos
logo!
***
No boteco do
Evaldo, o último gato de Caetés estava quase pronto para sair do forno, quando
o delegado Moisés e o juiz Cantídio Valadares entraram no salão. Numa mesa
central, Maquiavel, Jerônimo, Renildo, Tomás e o veterinário Betoca bebericavam
suas cachaças, esperando a chegada do repasto felino. O juiz se alojou numa
mesa próxima juntamente com o delegado e olhando os rapazes, falou alto e bom
som.
– Tudo bem,
pessoal? Todo mundo numa birita boa hoje, não é? Eu e o delegado Moisés estamos
numa investigação especial e achamos que vocês podem nos ajudar bastante.
– Tudo bem,
doutor – falou Maquiavel – Se estiver nos conformes, conte com a gente.
– Bom, nós
tomamos conhecimento que todos os gatos da cidade desapareceram do mapa!
Renildo se
engasgou com a lapada de cachaça que estava a engolir naquele exato minuto e
começou a tossir. O delegado Moisés deu um tapa forte nas costas dele para
aliviá-lo.
– Mais devagar,
rapaz. Cachaça não se bebe assim não. Mais devagar.
Os outros
rapazes ficaram praticamente sem saber o que falar. Olharam uns para os outros.
Nem sequer movimentaram os corpos para sair da mesa.
– E agora o gato de
dona Magda sumiu. O último gato da cidade, rapazes! O último gato! Um gato de
raça! O Júlio César! Imaginem! Logo o Júlio César! E também fui informado sobre
a existência de uma turma de rapazes que adora tira-gosto de gato regado com
cachaça. Muito difícil de acreditar, não é? Não consigo imaginar alguém a
gostar de carne de gato, rapazes. Não consigo. O que você acha disso, Moisés?
– Horrível! Um crime
hediondo! Todos os gatinhos da cidade foram comidos. Até o Júlio César! O
Júlio, de dona Magda! Isso é trágico!
Os cinco rapazes
estavam empertigados. Não sabiam o que fazer. Ficaram a escutar o juiz Cantídio
e o delegado Moisés, rezando para o Evaldo não sair da cozinha com o bichano
assado e pronto para ser deglutido. Mas nem deu tempo para pensar em escapar do
lugar, pois o Evaldo entrava naquele momento no salão com uma bandeja e nela o
tira-gosto de gato. Um cheiro de carne assada invadiu toda a área.
– Tá ele aqui,
pessoal! – disse Evaldo – Tá muito melhor do que os outros!
O delegado Moisés se
levantou, bem como o juiz. Puxaram suas cadeiras até a mesa onde os cinco
rapazes, todos já de alegria perdida, olhavam o prato de tira-gosto recoberto
com verduras, tomates, cebolas e batatas fritas. Evaldo notou que alguma coisa
não estava certa, calou a boca e saiu ligeiro de volta à cozinha.
– A fisionomia é boa,
não é, Moisés? E o cheiro é muito bom mesmo. Muito bom! É uma tentação! Será
que isto é tira-gosto de gato, rapazes? – perguntou o juiz Cantídio, mas nem
deu tempo para ninguém responder – Sabe, acho que vou experimentar para ver se
é saboroso mesmo. E tomar uma lapada com vocês.
O juiz pegou garfo e
faca, cortou um belo pedaço da carne posta na bandeja, encheu um copinho com a
cachaça Pitú. Entornou a birita goela abaixo e depois... Mastigou o tira-gosto,
buscou o sabor em toda compleição da carne...
– Muito bom... Muito
bom mesmo... Carne de primeira. Experimenta, Moisés. Toma uma lapada também e
experimenta o tira-gosto.
O delegado Moisés
Vital fez o mesmo. Depois, olhou para o juiz.
– Muito bom! Gostoso
demais, doutor Valadares. Bem gostoso.
– Mas, meu caro
Moisés – disse o juiz Valadares – Isso não é carne de gato não. É alguma carne
específica, mas não é carne de gato não, entendeu? Sabe, rapazes, se eu tivesse
conhecido vocês antes... Puxa, que carne gostosa! Posso pegar outro pedaço?
– Claro doutor juiz.
Claro! Pegue o quanto desejar! Pode pegar – exclamaram quase ao mesmo tempo
Renildo, Maquiavel, Tomás, Jerônimo e o veterinário Betoca suspirando aliviados
– É um prazer que o senhor tenha gostado. Sirva-se!
Cantídio Valadares
sorriu. Mais uma lapada de cachaça, mais um naco de carne.
– Realmente.
Realmente. É uma carne deliciosa. Não quero nem saber de que bicho é. Mas carne
de gato é que não. Muito menos carne do Júlio César.
Pegando o delegado
Moisés pelo braço, o juiz se retirou do boteco. Um sorriso iluminava seu rosto.
Moisés não entendia patavina. Depois de caminharem algum tempo sem nada falar
um ao outro, Cantídio soltou uma gargalhada.
– Era gato mesmo. Era
o gato de dona Magda, Moisés! Ah, ah, ah... Porra! Ah, ah, ah! O Júlio César! Era o Júlio! Caralho!
– Claro que era carne
de gato! A culpa estava estampada no rosto deles. Era carne de gato, doutor
Cantídio. E agora? Fazemos o quê?
– Nada! Nada! O que
você acha que a gente deve fazer? Hein?
– E dona Magda? O que
diremos para ela?
– Moisés, este mundo
é cheio de surpresas. Muitas surpresas. Dona Magda é uma pessoa
excêntrica. Não se preocupe. E, por
falar nisso... Lá vem ela!
Exatamente naquele
minuto dona Magda Mateus saía da loja de aves de seu Odorico das Mercês,
carregando uma gaiola. Dentro dela dois periquitos australianos. Ao ver o
delegado e o juiz diminuiu o passo e parou ao lado deles.
– Tudo bem com os
senhores? Já conhecem Cleópatra e Marco Antônio? Não são lindos?