Mulher que possui meu corpo
com todas as tristezas do meu silêncio,
andando acostumada com meu tédio:
– Segue-me nesta variedade de paixão
e tomba comigo no leito suado do amor.
Vou fazendo – ávido do teu corpo – auroras
e chamas para a luta que me espera
quando algum dia volver meu rosto magro
aos anseios mais profundos do meu outono.
Teus seios – colinas – põem minha
ansiedade
em estado de rigidez como estátua na proa
de um barco ao rumo da tua gruta
onde esvoaça uma ramagem de sombra.
E no remoinho das tuas enseadas, porto
para uma estadia sem tempo determinado
lanço a minha âncora até o mais profundo
espaço das tuas espumas em mim impregnadas.
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