Do livro “Meio a Meio” – 1979
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Eu te amei numa
noite de chuva.
Não sei se fui o
homem adequado,
mas sei que fui
sensível
sabendo cavalgar
tua carne macia e branca.
Não por amor dos
obscuros fatores da vida.
Sim por plena
satisfação dos nossos anseios.
Fui extremo e
concessivo na firmeza da paixão.
Apertei-te a mim
com agrado
e dei-te a
delícia de mim.
Defendi teus
instintos animalescos
e tuas
justificativas.
E não te fiz
muito mal quando pediste
a possessão dos
felinos ou quando me envolvi
no perfume das
tuas gramíneas
Dei o que
querias!
Fiz justiça ao
teu sexo
de suavidade
máxima e promessas
e deixei que na
partida o beijo
fosse um agrado
mais de amigo que de amante.
Retirei-me
lentamente
após a breve
acumulação em ti.
Dei adeus
enquanto dormias
satisfeita das
minhas prodigalidades.
Dentro de ti
restou o pedaço de um bardo.
Quiçá um novo
artista.
Outros, que não
eu, segarão teu horto
amadurecido por
minhas águas
e trarão à luz da
terra
hinos aprisionados
de nós mesmos.
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