Do
livro “Marcos do Tempo” - 2010
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Quando ela entrou no bar os homens
acordaram da bebida
Perplexos passaram os olhos por todas as
linhas do seu corpo.
Gestos invisíveis de sonhos em volúpia a
homenagearam.
Quando ela entrou no bar, a vida abriu
portas e janelas e garrafas.
Copos tilintaram, mãos sorriram,
As almas deram-se graças totais e
dinâmicas.
O garçom atendeu-a solícito como pôde
Fazendo dos olhos lentes objetivas para
sentir a substância da carne.
Uma cerveja. Um cigarro. Um enredo
moreno.
Um meneio
coxas/pernas/seios/olhos/lábios e convites incertos.
Ao sair do bar manto e roupa de rainha
deu-lhe o vento.
A lua iluminou todas suas perfumadas e
sinuosas reentrâncias.
Os automóveis deslizaram de mansinho
pelo asfalto.
Quando ela saiu do bar tudo lá dentro
adormeceu em outro silêncio:
Os copos calaram os cristais.
Os homens tornaram-se falaciosos.
E o
garçom resolveu beber uma meiota de cachaça.
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