Do livro “ENCÍCLICA DOS HOMENS (Encyclicae Hominum)” - 2019
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22. Amigo, o que tua amizade
pode dizer das velhas imagens das nossas lembranças? Amigo, tua paixão pode
explicar nossos passos cansados na busca das esperanças?
23. Amigo, teu sonho pode
trazer de volta os instantes deliciosos dos nossos passados?
24. Passatempo. Passa o tempo.
Vão-se anos. Risos infantis agora só em sonhos. Perdida a solidez corporal da
vida, enferrujam-se artérias e poucos espermas saem dos ventres. Vão-se os
tempos. Passatempo. Passa o tempo. No perigoso carrossel da vida. a morte vem descendo
como uma montanha-russa.
25. Recife de corais. Rios
cinzas/negros. Árvores poluídas. Homens brancos, negros, caboclos, cafuzos...
Tantos sonhos velhos nos desvarios dos nossos sonos!
26. Poucas trilhas levam às
terras dos sem nada, e a elas chegam os assassinos de vidas, destruidores das
águas dos caminhos das navegações humanas. Onde viajantes tristes acenam
adeuses aos olhos dos homens e sob o encanto das ninfas? Onde as encantadoras
ninfas criaram chamas perpétuas para alegrar as mentes dos que souberam amar?
27. Repentinamente, o verso
chama para a vida a irromper do ventre. Um começar... De súbito... Tão
pequenino! Tão pequenina! Mãos de veludo! Cheirinhos lavanda!
28. De súbito... Cocô branco ou
amarelo/água. Febres, vômitos, choros, gritos. Estresse paralelo à alma.
29. De súbito... Pai herói e mãe
coruja. Abrigos nos braços/seios/saias/tórax. Risadas de alegres dias, semanas,
anos.
30. De súbito... Bolas,
brinquedos, bonecas, casinhas, bicicletas, arranhões, alegrias, jardins de
infância e letras novas.
31. De súbito... Conhecimento
de mundo/fragilidades. Perde-se pai herói e mãe coruja e ganham-se
turma/galera, amigos/namorados.
32.
De súbito... Outra semente irrompe de outro ventre. Novo começo de mais um
repente. Ciclo sem fim... De súbito... Cabelos brancos, andares vagarosos.
Solidões diferentes das solidões. Sete palmos de chão à espreita.
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