Do livro “Meio a
Meio” – 1979
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Nas partes dos
meus restos intimido-me.
Converto um poema
em angústia
no granito dos
paralelepípedos
da minha aflitude.
Busco na selva
dos famintos
olhos de ágata, voos
de águias,
cristais de
quartzo
e o signo dos
titãs.
Mudo o que vivi e
torno-me brusco
lapidando o lenho
da árvore proibida
em asas de Ícaro
e na flauta de Pã.
Metamorfose!
Ainda assusto
minhas horas,
mas computo os
minutos
no sangue de um
vinho tinto
e no baile das
sílfides.
Sabia-me um
quase: sêmen
de lua minguante.
Hoje cresço:
monstro secreto.
Crocodilo do Nilo.
Sorve-me o espaço!..
Pode-se colocar este na Folhinha Poética de 2021?
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