quinta-feira, 30 de novembro de 2023

BAILADO - Um longo poema de vida - Rafael Rocha

 

I

introito:

 dentro das nuvens sombrias do meu astral

                           baila a minha significação

e é a minha história que os olhos veem

                       e seguem a sentir-me bailarino

                  tombando nas curvas das estradas

e pondo paisagens azuis nos momentos vazios

 

poucas pessoas seguem esse meu bailado

        nas tardes vagabundas da cidade quente

                                    e por mais que sigam

                         também têm suas obrigações

não podem tirar o peso dos meus braços

              mesmo que entendam o último verso

                    onde a dor fez da casa da alegria

                                um camarim do burlesco


assertiva:

do

alto de

um prédio de

sete pavimentos o

solo baila aos meus pés se

eu fechar os olhos criar-se-ão asas e

o solo tenderá a ser um leito sem amanhã


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