Saí às ruas do
Recife na luzidia semana
de um doze de
março.
Dei minhas mãos a algumas mulheres
e bebi com diversos
homens.
Passei pela ponte Duarte Coelho
e vi guirlandas de
novas luzes
e o Capibaribe escorrendo
a gritar para o
Beberibe:
- Sou o cão sem plumas de um poeta!
Dez horas da noite:
Fiquei a beber ao
pé da ponte,
olhando a passagem
da lua,
até quando a quietude da boemia
começou a
silenciar o lugar.
A escuridão nada escondeu
a não ser
alvoradas futuras
e milhares de sonhos humanos
prestes a começar outro
amanhã.
Na Avenida Guararapes
os fantasmas da
cidade acordaram:
Mulheres e crianças e homens da noite
no eterno lazer de
labutar.
E a metrópole gritou:
- Eles querem ser notívagos livres
loucos pelo prazer
de me amar!
Prazer de amar e
viver o Recife
na luz estelar dos
seus rios.
O verso se abrindo
para algum novo
espaço sem fim.
Na extinta rua Formosa
onde a Boa Vista hoje
tem seu lugar...
- Ah, queria pegar a maxambomba
e viajar pelos
subúrbios!
O jornalista Henrique
vomitou corações
coloridos
ao sair do Bar do
Gordo.
Mas guardou dentro do dele
o coração de Maria
Isabel
sua amada
universitária.
Na Pracinha do Diário
seus camaradas
Evaldo, Gilson e Zé
Carlos
olharam os passantes,
e ficaram
apaixonados
pelo livro
oceânico
de um escritor dos
arrecifes dos navios.
No Bar Savoy
o poeta encheu o
copo
e emborcou a variedade
de álcool.
Olhou para o espaço:
os edifícios
giravam em rodízio de festa.
De repente,
os mais antigos
poetas da cidade
saíram das tumbas,
recitando versos
vindos de seus mergulhos
noturnos
no histórico buraco do mar
Nenhum comentário:
Postar um comentário