domingo, 7 de janeiro de 2024

GUARDANAPO (1984) - Rafael Rocha

 

Em um guardanapo de papel

escrevi um poema triste

na mesa do bar Mustang.

 

De repente, ele deixou de ser meu!

 

O vento traiçoeiro

deu para ensinar voo pelo ar

ao guardanapo de papel.

 

Quando tentei segurar o guardanapo

uma prostituta gargalhou

e um menino de rua correu atrás dele

(o poeta Marcus Antônio também).

 

O poema escrito no guardanapo de papel

sumiu para sempre no ar,

deixando no meu peito uma dor quase alegre.

 

O poema desejou ser livre!

Deve ter sido isso!

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