Aconteceu em
um dia de janeiro
a natividade
de um sonho de mulher
no meu
caminho.
Fustigou minha
vida com um beijo
e
o corpo moreno
e macio
vestiu-se todo
de estrelas
como um
bordado de pirilampos
dentro da
minha noite vazia.
Em todos os
janeiros a lembrança é forte
do tempo dessa
natividade.
O panorama de
meus espaços
tem um passado
confuso como o vento.
E a mulher
acontecida
nasceu tão perto do caminho
e
eu consegui
fazer distanciar meu tempo
como se
temendo sua entrada toda
em minha casa.
Faltam poucos
meses para o próximo janeiro
e eu estou
triste.
A natividade
de um sonho de mulher
fugiu do meu
caminho.
Ela ainda está
perto vivendo distante
como as
estrelas nos telescópios.
E eu que era o
seu astrônomo
não sei mais olhar
a tessitura
do bordado de pirilampos.
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