Prefácio do advogado e escritor Valdeci Ferraz
para o livro “Poemas dos Anos de Chumbo” (2017) de Rafael Rocha
A poesia e a política
não estão atreladas apenas pela primeira sílaba.
O poeta Fernando
Pessoa, após relutar durante algum tempo, acabou se convencendo que ambas são
essencialmente frutos da mesma árvore, a qual se alimenta de emoções.
“Um escritor não pode abster-se de sentir politicamente”, disse ele certa vez.
Sendo a arte uma forma
de fazer política, seja do “eu sozinho” ou
do “estar no mundo”, os versos livres
da poesia de Rafael Rocha transcendem o tempo e emolduram visceralmente
a angústia do homem na sua dimensão social.
Engajado
emocionalmente com tudo o que se refere à humanidade o poeta profetiza: “Um dia não haverá cadeia sobrando para os
ladrões das almas que fazem dos seres humanos peixes em um aquário”.
Eis
o papel do escritor, eis o poeta.
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