domingo, 30 de junho de 2019

GOSTO DE LIBERDADE - José Carlos Gomes da Silva

Prefácio escrito pelo jornalista José Carlos Gomes da Silva para o livro “SANGRAMENTO” do poeta e escritor Rafael Rocha, incluído na coletânea “POETAS DA IDADE URBANA” (2013)

Nervo exposto este catálogo de poemas de meu amigo Rafael Rocha.
Crítico espelho da realidade solitária do poeta hoje. Espelho deste tempo em que os homens vivem sozinhos em meio às multidões e à moderna tecnologia.
Espelho da vida! Sempre!
Um trabalho desperto em suas caminhadas entre anseios e esperanças e na busca de retroagir no seu mesmo e necessário “Sangramento”. 
Acho, sim, que se deve beber da mesma fonte que Rafael Rocha neste recanto poemático, onde pontifica o ser humano liberto de rédeas. Nele podemos sentir o gosto da liberdade no jorrar dos versos.
Realistas... Um pouco também tristes, e quem não o é na agonia e no desdobramento de um poema como “Aritmética Final?
Cristalinos como só a alma de um grande poeta, mesmo quando perscrutador de seus sentimentos mais profundos. Afinal de contas, quem não sofreu de solidão, desamor, quem não experimentou o desespero de sonhos combalidos?...
Universais como o medo da morte que habita dentro de todos nós. E é bom observar mais: sua negação poemática acerca de deus e do diabo no poema Iconoclastia, onde o poeta nega a existência de qualquer tipo de divindade e de demônio. E posiciona-se claramente ao dizer que: “Púlpitos têm de abrigar vozes de poetas / Para a liberdade do homem amanhecer”.
Claridade, amor e força. A poesia de Rafael Rocha mostra, mais uma vez, que não basta ordenar palavras, antes de tudo precisamos ter emoções concretas e livres e o coração comum, sangrando por entre os versos.

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