quinta-feira, 27 de junho de 2019

AVENTURA DO POPEYE – Rafael Rocha



Do livro “Contos Delirantes com Versos em Bolero” - 2017
Carnaval.
Sábado. Dia do Galo da Madrugada.
Saiu de casa cedo, fantasiado de marinheiro.
O ônibus demorou bastante para chegar, e quando chegou nestava lotado como uma lata de sardinha.
Conseguiu entrar e passar pela catraca.
Uma linda criatura, talvez com 17 ou 18 anos, morena e de olhos verdes bem repuxados, cabelos curtos e encaracolados, em pé ao lado dele, sorriu.
Correspondeu ao sorriso.
- Acho que estou bem fantasiado! - pensou.
O ônibus chegou no centro do Recife, na Avenida Conde da Boa Vista, e logo em frente ao Bar Mustang ele desceu.
Olhou para os lados e viu homens e mulheres indo e vindo. A cidade estava bem cheia para aquele horário das nove da manhã.
- Vai ter muita gente hoje! - voltou a falar com seus botões.
A linda criatura do ônibus, que tinha sorrido para ele, apareceu de repente em sua frente.
- Como é, Popeye! Vamos?
Olhou para ela e estranhou o convite. Não a conhecia, mas carnaval é carnaval.
Saíram andando lado a lado. Ela parou em um quiosque e comprou uma máscara colorida. Pediu ajuda para que ele colocasse a máscara.
Ele ajudou.
- Fiquei mais bonita? - perguntou.
- Você é mais bonita sem máscara. Mas carnaval é carnaval - respondeu ele.
Sentiu a mão esquerda dela a tocar sua mão  direita. Gostou do toque.
- Vamos atravessar a ponte e ir para onde o Galo vai começar a desfilar? - perguntou ela.
As duas mãos se entrelaçaram. Ele pensou na esposa que tinha ficado em casa vitimada por uma forte gripe. Olhou para a sorridente e linda criatura.
- Vamos! - respondeu.
Atravessaram a ponte Duarte Coelho, pegaram a Avenida Guararapes, depois seguiram pela Rua do Sol, alcançando a Rua da Concórdia e lá estavam ambos em frente ao Forte das Cinco Pontas.
Na andança beberam, cada um, duas grandes latas de cerveja.
O calor estava forte.
Os carros dos trios elétricos estavam prestes a sair. Fogos de artifício pipocavam. Beberam mais duas cervejas e começaram a frevar e a cantar e a curtir um ao outro. As bocas se colaram num beijo longo e molhado.
Ela deixou que ele a encoxasse por trás e ficou remexendo o corpo contra o corpo dele. Ele mordeu levemente a nuca dela. O perfume dela estava a entontecê-lo.
- Você é muito cheirosa! - disse, ao pé do ouvido dela.
Escutou a risada cristalina. Ficou mais excitado. Envolveu o corpo dela com os braços e deixou as mãos subirem até os seios.
Pequenos. Redondos.
Apertou suavemente os dois. Ela gemeu, voltou o rosto para ele e ofereceu a boca.
Beijaram-se com mais vontade ainda.
Ele já tinha esquecido a esposa presa em casa por forte gripe.
- Carnaval é carnaval! - pensou.
O Galo da Madrugada com seus trios elétricos saiu fulgurante e musical pelas ruas da cidade do Recife, mas eles tomaram ruas adjacentes, fugindo da multidão.
O desejo era forte. Os amassos excitantes. As mãos dela, tateando sua virilha estavam a deixá-lo marinheiro fora do rumo.
- Meu Popeye! - exclamou ela, fazendo com que a excitação dele aumentasse.
Adentraram o Pátio de São Pedro, terminaram saindo pela Rua da Praia e no fim de tudo lá estavam os dois bem agarrados e se beijando em frente ao chafariz da Praça 17.
Ele deslizou as mãos pelo pequeno short que ela usava.
Acariciou as coxas.
Subiu por baixo da blusinha de quase nada de pano e conseguiu segurar com ambas as mãos os dois pequenos e redondos seios.
Ela deixou que ele colocasse os seios para fora da blusinha e que sugasse os bicos como uma criança faminta.
Gemia e gemia, satisfeita.
Ele deslizou as mãos e tentou abaixar o short dela.
 - Aqui não! Por favor, meu Popeye, aqui não! - pediu ela.
Ele olhou para os lados. Viu um pequeno beco na confluência da Praça 17 com a Rua Duque de Caxias. Estava penumbroso, quase escuro.
Pegou ela pela mão. Ela entendeu. Saíram quase correndo para o beco e para a penumbra do beco.
E ela deixou que ele baixasse o short dela e depois a calcinha e depois...
Um pênis pequeno, saliente e duro apresentou-se aos olhos de Popeye.
- Você... você é... você é... - gaguejou ele.
Ela acariciou o rosto dele. Sempre sorrindo.
- Isso é ruim, meu Popeye? - perguntou.
Ele do jeito que estava, completamente excitado, nem soube o que responder de imediato. Olhou para o rosto lindo e angelical da criatura que o fitava, fez com que ela virasse o corpo e ficasse de costas para ele e antes de entrar em atuação disse ao seu ouvido 
- Não... não... não... Carnaval é carnaval!

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