Do livro “Marcos do Tempo” - 2010
Em um marco da praça
– sempre um sol –
Verde é a cor da luz
Lindo é o riso das putas
Oferecendo corpos
À voracidade financiada do sexo
Em um marco zero
– sempre uma estrela –
Branca é a cor do oceano
Beleza é o vigor dos estivadores
Carregando tralhas
À ferocidade poliglota do consumo
Em um marco de torre
– sempre uma cruz –
Cinzento é o estupor dos séculos
Triste é o olhar das beatas
Rezando nas igrejas
À memória dos santos invisíveis
Em um marco de campo
– sempre lápides sós –
Amarela é a lágrima da dor
Mágoa é a perdição do corpo
Que enterramos no chão
Por uma lei inerente ao universo
Em marcos de cimento e pedra
– sempre muitos lares –
Vermelha é a cor das almas dos homens
Guerreiros centenários
Na espera dos ressuscitados
Pela sangrenta bandeira da ilusão
Em um marco de carne
– sempre homem e mulher –
Azul é a cor da liberdade
Força para todos os marcos
Marcados no tempo
No
caderno infinito da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário