Do livro “Felizes na Dor – Tributo ao poeta Charles Bukowski” -
2016
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ficar
como hoje
(porra!)
na solidão de um pequeno quarto
um cigarro (um só cigarro!)
aceso entre os dedos
e sem cerveja
(essa é a merda maior de todas!)
deitado num colchão fino
posto no chão
por bondade de outros.
ainda estou magro para esse morrer...
mas, sim, se assim ficar
morrerei magricela
pois não tenho dinheiro
nem trabalho
ainda que um diploma de jornalista
esteja pendurado no prego
de minhas paredes de dívidas reais.
e toda manhã eu vejo os outros...
indo trabalhar e trabalhar e trabalhar
(porra!)
na solidão de um pequeno quarto
um cigarro (um só cigarro!)
aceso entre os dedos
e sem cerveja
(essa é a merda maior de todas!)
deitado num colchão fino
posto no chão
por bondade de outros.
ainda estou magro para esse morrer...
mas, sim, se assim ficar
morrerei magricela
pois não tenho dinheiro
nem trabalho
ainda que um diploma de jornalista
esteja pendurado no prego
de minhas paredes de dívidas reais.
e toda manhã eu vejo os outros...
indo trabalhar e trabalhar e trabalhar
todo
mundo ganhando dinheiro
indo aos botecos, bares e boates
fazendo a vida voar, voar, voar...
indo aos botecos, bares e boates
fazendo a vida voar, voar, voar...
... ainda estou
alegre
por ter um colchão no piso de cimento
para poder dormir e sonhar
com o que eu possa ser qualquer dia.
por ter um colchão no piso de cimento
para poder dormir e sonhar
com o que eu possa ser qualquer dia.
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