Uma nuvem de chuva
gastou-se dentro de mim,
criando um grande logro
aos meus sonhos de adolescente.
Um dia,
ofertei o amor como se fosse água.
Como poderia crer que o sol de outras terras
fosse mais quente que o da minha,
evaporando todas as gotas
que escorriam do coração?
Hoje,
meu corpo se veste de pedra e de poeira
e uns dois ou cinco cabelos brancos
começam a nascer atrevidamente
pelo avesso de minha cabeça.
Mas na minha alma de verão
continua vivaz a fibra forte,
levando os sóis de outras terras
a serem penumbras.
Estacionando a vida nas esquinas
para meus sonhos serem poderosos guerreiros
aos delírios abertos
dentro da minha razão.
Não creio que haja um deus potente
para acalmar o meu inferno libidinoso e cru.
Quero uma carne de mulher
macia e quente.
Quero folhear o livro úmido
do seu ventre.
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