quarta-feira, 26 de junho de 2019

LUZEIROS (1984) – Rafael Rocha


No meu tempo vivido mergulhei sol nascente.
Eu satélite em transe no espaço vagabundo.
E teus olhos percorriam meu corpo nu
como se eu fosse espaçonave sem comando.

Acariciei teu corpo no meu tempo vivido.
Homem poeta itinerante eu me fiz dentro em ti:
Entre tuas coxas e na macieza da tua boca,
buscando a fonte da paixão para matar minha sede.

Quando eu era um era milhões e era contigo
vários sóis entreabrindo seus luzeiros,
iluminando libidinoso a tua carne morena.

Quando não era teu, eu era muitos e vivia sozinho.
Hoje meu planeta é a terra de teu ventre,
onde minha espaçonave pousou bem devagar.

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