quarta-feira, 26 de junho de 2019

RIO E HOMEM (1984)



O rio corre na cidade
em leitos sujos e poluídos
igual ao sangue a correr
pelas veias humanas.

Ninguém olha essa corrida
do rio e do sangue.

No rio e no sangue a vida traz
correntes e percalços.
Ambos têm em comum
a dor do aniquilamento.
O homem mata a si mesmo
e assassina o rio
sob as luzes cidadãs.

E as águas geram mais vidas 
que as vidas geradas por homens.

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