O rio corre na cidade
em leitos sujos e poluídos
igual ao sangue a correr
pelas veias humanas.
Ninguém olha essa corrida
do rio e do sangue.
No rio e no sangue a vida traz
correntes e percalços.
Ambos têm em comum
a dor do aniquilamento.
O homem mata a si mesmo
e assassina o rio
sob as luzes cidadãs.
E as águas geram mais vidas
que as vidas geradas
por homens.
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