Do livro
“SANGRAMENTO” incluído na coletânea “POETAS DA IDADE URBANA” - 2013
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Famintas palavras e famintos verbos:
Deitar, amar, sofrer e lacrimejar a dor.
Famintas palavras não me fazem falta.
Infelizmente não posso musicá-las
Nem fazer as rimas terem sabor.
Rimas soltas, rimas desarticuladas
Nascem como feras desabridas na selva.
Rimas naturais não me fazem festa.
Felizmente não quero festejá-las
Em nenhuma floresta.
Não tenho nome a dar. Nem filosofia
A enxergar escritos vãos em páginas.
Nenhum nome vai marcar a verdade
De meu ser autêntico e anárquico
Cantando a liberdade.
Fui mais feliz quando o mundo se escrevia
Em aborrecimentos e humores tardios.
Ainda sou feliz por essa nostalgia
Mas não sou um astro de cinema
Para fingir a alegria.
Teimo em ser eu. Teimo em ser humano.
E se poeta acreditarem de mim:
Teimo em ser vários solitários
E os machos e as fêmeas têm de se convencer
Sobre o
quanto somos vários.
O imperfeito habita em mim: Poeta anarquista
Inventor de palavras e verbos famintos.
As rimas ficam escondidas no meu caminho
E os escritos vivem perdidos
Nos
meus labirintos.
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